26/11/2008

AS MENTIRAS E O QUE ELAS ESCONDEM

Quando o senhor «engenheiro» veio dizer aos portugueses, com o ar mais convicto deste mundo, que Portugal havia escapado à recessão económica, estava, é claro, a mentir. Mesmo que seja um ignorante em economia, dado que o diploma que obteve apenas lhe permite auto-intitular-se engenheiro, tinha obrigação de perguntar ao seu ministro das Finanças se podia garantir tal coisa. É claro que o ministro das Finanças, mesmo sendo considerado o pior de UE, deveria saber o suficiente para o aconselhar a não proferir tal barbaridade. Donde se conclui, sem margem para qualquer dúvida, que Teixeira dos Santos e José Sócrates decidiram aldrabar aos portugueses.

Na realidade, o INE divulgou, recentemente, os dados provisórios sobre o PIB do 3.º trimestre de 2008. E esses dados revelam, quando os comparamos com os do trimestre anterior, que o crescimento económico em Portugal foi ZERO. Na verdade, um primeiro-ministro avisado, ou que não gostasse de mentir aos seus governados, deveria saber que os dados divulgados pelo INE são ainda provisórios, pois os definitivos só serão publicados em Dezembro, e que os dados definitivos, normalmente, corrigem os provisórios em baixa, o que poderá significar que o ter «escapado à recessão» é transitório e apenas resulta da falta de precisão dos dados agora disponíveis.

Para além disso, um crescimento zero, que deveria deixar de cabelos em pé a qualquer governo responsável, parece não incomodar o senhor primeiro-ministro, que prefere continuar a apostar na mentira e no ilusionismo como forma de governação. Na melhor das hipóteses – isto é: o primeiro-ministro e o ministro das Finanças são dois ignorantes chapados – poder-se-ia concluir que Sócrates e o seu governo ainda não conseguiram compreender que o País caminha para a recessão económica, e que são necessárias medidas urgentes para reduzir as consequências sociais e os consequentes efeitos sobre a economia. Medidas urgente, e não conversa fiada.

Por outro lado, Sócrates embarca, como todos os governantes por esse mundo fora, apostados em socorrer o capitalismo nesta sua longa e fétida agonia, na tese enganadora – outro mentira, portanto – que garante que a crise financeira vai agora afectar a «economia real», ou seja, vai entrar forte e feio nos bolsos das pessoas. Quanto a mim, que não sou engenheiro nem economista, sei o suficiente para vos garantir que é precisamente o contrário, ou seja: foi porque a crise afectou drasticamente as famílias, levando-lhe dos bolsos até o necessário para as despesas básicas, que o sistema «deu o berro» (perdoem-me o plebeísmo), já que se confrontou com a impossibilidade de continuar a sugar a torto e a direito, como até há pouco fazia.

Por outro lado, este «aviso» de que vêm aí tempos difíceis, mais não é que preparar o pagode para ainda mais sacrifícios, já que é necessário voltar a encher os baús dos magnatas com fundos públicos, em vez de lhes retirar as rédeas do poder económico, encarcerá-los (como se faz a qualquer larápio) e, naturalmente, desapossá-los definitivamente das empresas que delapidaram criminosamente.

Falámos, então, de duas mentiras recente do senhor «engenheiro». Como não há duas sem três, continuemos:

Sócrates não se cansa de afirmar que o Orçamento Geral do Estado, apresentado para 2009 – e aprovado apenas pelo PS – diminui a carga fiscal que incide sobre as empresas e as famílias. É mentira! Repito: é mentira! A verdade é outra, e Sócrates bem o sabe.

Explica-nos o economista Eugénio Rosa (que por ser um desmancha-prazeres não é visita frequente dos programas de opinião e «esclarecimento» que as nossas televisões impingem) – e passo a citar – que «em 2008, os escalões do IRS aumentaram apenas 2,1% e, em 2009, a subida decidida pelo governo é apenas de 2,5% o que dá, para o conjunto dos dois anos, 4,7%, ou seja, um valor que é inferior à taxa de inflação, que somou 5,5%. Assim, se um trabalhador tiver no conjunto dos dois anos uma subida salarial igual ao aumento de preços, o seu poder de compra diminuirá devido ao efeito corrosivo do IRS, já que a actualização insuficiente dos escalões do IRS determinará que ele passe para um escalão mais elevado, o que obrigará a pagar mais imposto, ficando, em consequência, com menos salário».

E continua Eugénio Rosa, na sua qualidade de economista dos pobres, e não ao serviço dos senhores do capital financeiro: «É o que acontecerá com os trabalhadores da Administração Pública, cujos vencimentos aumentaram, em 2008, apenas 2,1% e, em 2009, o governo pretende impor uma subida de apenas 2,9% o que dá, para o conjunto dos dois anos, um aumento de 5,1%, que é inferior à subida dos preços nos dois anos. O poder de compra destes trabalhadores diminuirá devido não só ao facto dos vencimentos subirem menos do que a inflação, mas também porque os escalões do IRS aumentaram menos que a subida verificada nos vencimentos. Neste caso, verificar-se-á o efeito corrosivo conjugado da inflação e do IRS, o que provocará uma descida mais acentuada do poder de compra dos vencimentos no conjunto dos dois anos».

Assim, como facilmente se conclui, «a política fiscal do governo, materializada na Proposta de OE2009, determinará um agravamento da injustiça fiscal. E isto porque a percentagem das receitas fiscais que têm como origem os Impostos Indirectos, que são impostos mais injustos porque não têm em conta o rendimento de quem os paga, aumentará de 57,7% para 58,9%. Isto significa que em cada 100 euros de impostos pagos pelos portugueses em 2009, 58,9 euros terão como origem impostos indirectos (IVA, Imposto sobre Produtos Petrolíferos, Imposto de Tabaco, etc). É claro o desrespeito pelo n.º 1 do art.º 103 da Constituição da República, que diz textualmente o seguinte: "O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas, e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza"».

Aqui chegados, podemos concluir que nem são as mentirolas de Sócrates que mais nos devem preocupar, já que elas só servem para encobrir algo de muito grave, e que é isto: o governo socialista depena e sangra os trabalhadores portugueses e os reformados, para canalizar os recursos assim acumulados directamente para as mãos do grande patronato e para as arcas sem fundo dos senhores do capital financeiro.

E como estamos no campo das mentiras e dos mentirosos, vem a talho de foice falarmos do fecho das Pirites Alentejanas. Há seis meses, José Sócrates garantia, em Aljustrel, trabalho para dez anos e salientava que «é disto que o País precisa».

Agora, mal passado que foi meio ano, é anunciado novamente o fecho das minas, e o governa desdobra-se em manobras para tentar ganhar tempo e adiar os protestos dos trabalhadores. Fala de uma venda das minas – o que não é possível, uma vez que apenas poderá ser negociada a concessão da exploração dos recursos naturais, e não a sua propriedade – a um grupo estrangeiro fantasma, mas tudo leva a crer que nada disso tem bases credíveis.

Mas também não importa. Afinal são apenas algumas centenas de famílias que vêem a miséria a bater-lhes à porta.

Olhem: são mineiros, não é verdade? Pois que fossem banqueiros, que alguma coisa se havia de arranjar. Para aí qualquer coisa como uns vinte mil milhões de euros, estão a ver?


Lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 26/11/2008.
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23/11/2008

O PARTO DOS MONTES

Bush mostrava-se feliz com Lula à sua direita, no jantar da Cimeira. À esquerda, colocou Hu Jintao, a quem respeita pelo enorme mercado do seu país, pela capacidade de produzir bens de consumo a baixo preço e pelo caudal das suas reservas em dólares e bónus dos Estados Unidos.

Medvedev, a quem ataca com a ameaça de colocar os radares e os mísseis estratégicos nucleares próximos de Moscovo, foi colocado num assento distante do anfitrião da Casa Branca.

O rei da Arábia Saudita, um país que produzirá num futuro próximo 15 milhões de toneladas de petróleo leve a preços altamente competitivos, ficou também à sua esquerda, junto de Hu.

O seu aliado mais fiel na Europa, Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido, não aparecia perto dele na mídia.

Nicolas Sarkozy, descontente com a ordem financeira actual, ficou distante dele, com o semblante descontente.

Ao presidente do governo espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, vítima do ressentimento pessoal de Bush, presente no encontro de Washington, nem sequer o vi nas imagens televisivas do jantar.

Assim, foram colocados os participantes no banquete.

Qualquer um teria pensado que no dia seguinte se produziria o debate de fundo sobre o complicado tema.

Cedo, na manhã seguinte, as agências informavam sobre o programa que teria lugar no National Building Museum de Washington. Cada segundo estava programado. Seriam analisadas a crise actual e as medidas a serem tomadas. Começaria às 11h30, hora local. Primeiro, sessão fotográfica: "fotos de família", como as chamou Bush; vinte minutos depois, a primeira sessão plenária, seguida de uma segunda, na metade do dia. Tudo rigorosamente programado, até os nobres serviços sanitários.

Os discursos e análises durariam aproximadamente três horas e 30 minutos. Às15h25 (hora local), o almoço. A seguir, às 17h05, declaração final. Uma hora depois, às 18h05, Bush iria descansar, jantar e dormir placidamente em Camp David.

O dia decorria, para os que acompanhavam o evento, com a impaciência para saber como em tão pouco tempo, seriam abordados os problemas do planeta e da espécie humana. Estava anunciada uma declaração final.

O facto real é que a declaração final da Cúpula foi elaborada por assessores económicos pré-seleccionados, bastante afins ao pensamento neoliberal, enquanto Bush nos seus pronunciamentos pré e pós-Cúpula exigia mais poder e mais dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, para o Banco Mundial e para outras instituições mundiais que estão sob o rigoroso controle dos Estados Unidos e dos seus aliados mais próximos. Esse país tinha decidido injectar US$700 bilhões para salvar os seus bancos e as suas empresas transnacionais. A Europa oferecia uma cifra igual ou maior. O Japão, o seu mais firme alicerce na Ásia, prometera uma contribuição de US$100 bilhões. Esperam da República Popular da China, que desenvolva crescentes e convenientes vínculos comerciais com os países da América Latina, outra contribuição de US$100 bilhões procedentes das suas reservas.

De onde sairão tantos dólares, euros e libras esterlinas a não ser endividando seriamente as novas gerações? Como se pode construir o edifício da economia mundial sobre notas de papel, que é o que realmente se está colocando em circulação, quando o país que os emite está sofrendo um enorme deficit fiscal? Valeria a pena tanta viagem aérea rumo a um ponto do planeta chamado Washington para se reunir com um presidente a quem lhe restam apenas 60 dias de governo, e assinar um documento que já estava formulado de antemão para ser aprovado no Washington Museum? Teria razão a comunicação radiofónica, televisiva e escrita dos Estados Unidos ao não dar destaque especial a esse velho jogo imperialista desta enfadada reunião?

O inacreditável é a própria declaração final, aprovada por consenso dos participantes do evento. É óbvio que constitui uma aceitação plena das exigências de Bush, antes e durante a Cúpula. A vários países participantes não restava outra alternativa que aprová-la; na sua luta desesperada pelo desenvolvimento, não desejavam ficar isolados dos mais ricos e poderosos, bem como das suas instituições financeiras, que constituem a maioria no seio do Grupo G-20.

Bush falou com verdadeira euforia, usando palavras demagógicas, leu frases que retratam a declaração final:

"A primeira decisão que tive que adoptar ― disse ― foi indicar quem viria à reunião. Decidi que deveriam estar presentes as nações do Grupo dos 20, em lugar de apenas o Grupo dos Oito ou o Grupo dos Treze.

"Mas, uma vez adoptada a decisão de ter o Grupo dos 20, a pergunta fundamental é com quantas nações de seis continentes, que representam diferentes etapas de desenvolvimento económico, será possível chegar a acordos que sejam substanciais, e me compraz informar-lhes que a resposta a essa pergunta é que o conseguimos.

"Os Estados Unidos tomaram algumas medidas extraordinárias. Os senhores que acompanharam a minha carreira, sabem; eu sou um partidário do livre mercado, e se a gente não toma medidas decisivas, é possível que o nosso país se afunde numa depressão mais terrível que a Grande Depressão."

"Começámos a trabalhar recentemente com o fundo de US$700 bilhões que está começando a libertar dinheiro para os bancos."

"Portanto, todos entendemos a necessidade de promover políticas económicas a favor do crescimento."

"A transparência é muito importante para que os investidores e os reguladores possam saber exactamente o que está acontecendo."

O texto do resto do que disse Bush é do mesmo estilo.

A declaração final da Cúpula, que, pela sua extensão precisa de meia hora para ser lida em público, define-se num grupo de parágrafos seleccionados:

"Nós, líderes do Grupo dos 20, celebrámos uma reunião inicial em Washington no dia 15 de Novembro entre sérios desafios para a economia e para os mercados financeiros mundiais…"

"…devemos colocar as bases para uma reforma que nos ajude a assegurar-nos que uma crise global como esta não volte a acontecer. O nosso trabalho deve estar norteado pelos princípios do mercado, pelo regime de livre comércio e investimento…"

"…os actores do mercado procuraram rentabilidades mais altas sem uma avaliação adequada dos riscos, e fracassaram…"

"As autoridades, reguladores e supervisores de alguns países desenvolvidos não constataram nem deduziram adequadamente os riscos que se geravam nos mercados financeiros…"

"…as políticas macroeconómicas insuficientes e as suas coordenadas inconsistentes, e as inadequadas reformas estruturais, conduziram a um insustentável resultado macroeconómico global."

"Muitas economias emergentes, que ajudaram a sustentar a economia mundial, sofrem cada vez mais o impacto do obstáculo mundial."

"Sublinhamos o importante papel do FMI na resposta à crise, saudamos o novo mecanismo de liquidez a curto prazo e urgimos para a contínua revisão dos seus instrumentos para garantir a flexibilidade.

"Encorajaremos o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento para usarem a sua plena capacidade em apoio da sua agenda de ajuda…"

"Garantiremos que o FMI, o Banco Mundial e os outros bancos multilaterais de desenvolvimento tenham os recursos suficientes para continuar desempenhando o seu papel na resolução da crise."

"Exercitaremos uma forte vigilância sobre as agências de crédito, com o desenvolvimento de um código de conduta internacional."

"Comprometemo-nos a proteger a integridade dos mercados financeiros do mundo, reforçando a protecção do investidor e do consumidor."

"Estamos comprometidos a avançar na reforma das instituições de Bretton Woods, de maneira a que possam reflectir as mudanças na economia mundial para incrementar a sua legitimidade e efectividade."

"Reunir-nos-emos de novo no dia 30 de Abril de 2009 para rever a entrada em funcionamento dos princípios e decisões tomadas hoje."

"Admitimos que estas reformas só terão sucesso se estiverem baseadas no compromisso com os princípios do livre mercado, incluindo o império da lei, respeito à propriedade privada, investimento e comércio livre, mercados competitivos e eficientes e sistemas financeiros regulados efectivamente."

"Abster-nos-emos de colocar barreiras ao investimento e ao comércio de bens e serviços."

"Estamos cientes do impacto da actual crise nos países em desenvolvimento, de modo especial, nos mais vulneráveis.

"Enquanto avançamos, temos a certeza de que mediante a colaboração, a cooperação e o multilateralismo superaremos os desafios que temos diante de nós e conseguiremos restabelecer a estabilidade e a prosperidade na economia mundial."

Linguagem tecnocrática, inacessível para as massas.

Cortesia ao império, que não recebe crítica alguma aos seus métodos abusivos.

Louvores ao FMI, ao Banco Mundial e às organizações multilaterais de créditos, criadores de dívidas, despesas burocráticas fabulosas e investimentos encaminhados ao fornecimento de matérias-primas às grandes transnacionais, que, além disso, são responsáveis pela crise.

E assim por diante, até ao último parágrafo. É aborrecida, repleta de lugares comuns. Não disse absolutamente nada. Foi subscrita por Bush, campeão do neoliberalismo, responsável por chacinas e guerras genocidas, que investiu nas suas aventuras sangrentas todo o dinheiro que teria sido suficiente para mudar a face económica do mundo.

No documento não se diz uma só palavra do absurdo da política de converter os alimentos em combustível que propugnam os Estados Unidos, do intercâmbio desigual de que somos vítimas, nós, os povos do Terceiro Mundo, nem sobre a estéril corrida armamentista, produção e comércio de armas, ruptura do equilíbrio ecológico, e as gravíssimas ameaças à paz que colocam o mundo à beira do extermínio.

Só uma pequena frase perdida no longo documento menciona a necessidade de "encarar a mudança climática", quatro palavras.

Pela declaração ver-se-á como os países presentes no conclave demandam reunir-se de novo em Abril de 2009, no Reino Unido, no Japão ou em qualquer outro país que possua os requisitos adequados ― ninguém sabe qual ― para analisar a situação das finanças mundiais, com o sonho de que as crises cíclicas nunca voltem a repetir-se com as suas dramáticas consequências.

Agora caberá aos teóricos de esquerda e de direita opinarem fria ou acaloradamente sobre o documento.

Do meu ponto de vista, não foram tocados nem com a pétala de uma flor os privilégios do império. Quem tiver a paciência necessária para lê-lo do princípio ao fim, poderá constatar como se trata simplesmente de um apelo piedoso à ética do país mais poderoso do planeta, tecnológica e militarmente, na época da globalização da economia, como quem roga ao lobo que não devore o Capuchinho Vermelho.


Fidel Castro Ruz

19/11/2008

O GRANDE CIRCO LUSITANO

Sempre que o PS está no poder, lembro-me dos tempos anteriores ao 25 de Abril. Parece-me que faço uma viagem ao passado. Volta a insegurança, volta o medo, voltam as dificuldades, voltam as perseguições, as ameaças, a repressão, as denúncias, a bufaria. Volta o contar aflitivo dos tostões (cêntimos, na desgraçada moeda actual). Para além destes regressos, aparecem coisas novas, como o Código do Trabalho, que pretende obrigar-nos a trabalhar onde e quando os patrões quiserem, mais nuns dias, menos nos outros, entregando-nos – e às nossas vidas – completamente, nas mãos das entidades patronais. Esta, meus amigos, nem Salazar admitiria.

Há dias, um sujeito que ocupa o lugar de secretário de Estado da Administração Pública, boy socialista cheio de energia para levar à prática as políticas do «engenheiro»-chefe, José Sócrates Pinto de Sousa, disse, sem se engasgar, que a reforma da Administração Pública «já está no terreno» e que quem não cumprir as exigências que a lei impõe «será trucidado». E precisou: «Trabalhadores, serviços e dirigentes que não estejam com a reforma serão trucidados». Este belo exemplar da raivosa matilha socialista, de seu nome Gonçalo Castilho dos Santos, não está com meias medidas, pelo que resolveu enfatizar: os funcionários devem ter a noção de que «a reforma já não pode andar para trás», pelo que «trucidará quem não estiver com ela».

Resumindo a ideia do fulano: hoje, quem não está com o poder arrisca-se a ser trucidado, tal como antes se arriscava a bater com os ossos em Caxias ou Peniche.

E estamos conversados sobre o conteúdo democrático da gentalha socialista instalada no poder.

Mas, no entanto, convém esclarecer que as ameaças do senhor Castilho dos Santos revelam algo mais do que espírito despótico. Revelam medo. É que se o Governo aprovou legislação para entrar em vigor em 1 de Janeiro, não há lei que obrigue ninguém a assinar o novo contrato. Para poder entrar em funções, cada funcionário público assinou um contrato. É esse que vale, pelo menos até assinar outro que o substitua. O que falta saber é como irá reagir a maioria do funcionalismo público ao convite para assinar um contrato pior do que o anterior. Com mansidão suicida, ou dizendo um estrondoso «BASTA!» a tanta manigância e violência? Como 2009 é ano de eleições, este assunto, apesar das ameaças, não está encerrado.

Voltando aos professores – e aos alunos – e à sua justa luta contra as malfeitorias desvairadas da ministra, verifica-se que a Monalisa da Educação já começou a recuar a todo o vapor. No que respeita ao Estatuto do Aluno, até legislou ao domingo para – pasme-se! – acusar as escolas de… estarem a cumprir a lei. Diz ela no seu despacho: «Considerando que a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao disposto no Estatuto do Aluno nem sempre respeitou o espírito da Lei, permitindo dúvidas nos alunos e nos pais acerca das consequências das faltas justificadas designadamente por doença ou outros motivos similares…». Isto é: as escolas perceberam mal o «espírito da Lei». Pois… o espírito da Lei. E a letra da Lei, a que a ministra agora dá outra e letra e, consequentemente, novo espírito? Francamente, senhora ministra, V. Exa. entrou, definitivamente, em parafuso.

Relativamente à avaliação dos professores, a ministra, suando por todos os poros, já deixa escapar que, afinal, tudo pode ser discutido. Ainda estrebucha, mas já vai dando o flanco. É fundamental que, agora, os professores, os alunos, as famílias e, em geral, os portugueses mantenham a unidade e a firmeza necessárias para impedir a concretização das alucinações de Sócrates e da D. Maria de Lurdes.

Pelo meio, duas anedotas:

Uma, conta-nos que mais de 250 Magalhães, entregues por Sócrates numa escola transmontana, foram retirados aos alunos mal acabaram as cerimónias da oferta, captadas com toda a pompa e alarido pelas câmaras de televisão, numa das mais ridículas acções de propaganda promovidas pelo senhor «engenheiro». É de morrer a rir, esta anedota…

A outra, é contada pelo próprio Sócrates. Disse ele: «Sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente. O próprio Kennedy teve de vincar bem que nunca receberia ordens do Papa enquanto presidente dos EUA. Lembro-me bem do que isso significou.»

Ora, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa nasceu no dia 6 de Setembro de 1957, em Vilar de Maçada, concelho de Alijó, distrito de Vila Real. E Kennedy foi eleito presidente dos EUA em Novembro de 1960. Ou seja: José Sócrates tinha, então, três aninhos de idade. Que menino tão precoce! Ou será que a certidão de nascimento também foi passada ao domingo e – digamos assim – de forma menos precisa?

Voltando ao sério, soubemos que foi reconhecido, em Bruxelas, aquilo que, em Portugal, todos sabemos. Temos dos piores sistemas de cuidados de Saúde de toda a Europa, dado que surgimos em 26.º lugar numa classificação dos sistemas de cuidados de Saúde em 31 países europeus, divulgada em Bruxelas pela organização Health Consumer Powerhouse, que sublinha o deficiente acesso aos tratamentos e tempo de espera.

Com um total de 507 pontos em 1.000 possíveis, no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente da Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada, numa lista liderada pela Holanda.

O 26.º lugar atribuído a Portugal representa uma nova queda relativamente às hierarquias elaboradas nos anos anteriores, já que em 2006 Portugal surgia na 16.ª posição e no ano passado no 19.º posto. Mais uma medalha de «mérito» para a governação socialista, coisa que a modéstia de Sócrates impede de referir nos seus inflamados discursos.

A propósito de Saúde. A gaguejante ministra da pasta, Ana Jorge, parece querer bater Lino e Pinho no que respeita a gaffes e barracadas. Não sabe responder a nada do que lhe perguntam, especialmente quando se trata das contas – das dívidas – do seu ministério e das enormes derrapagens orçamentais. Enrola, sorri, engole em seco, gagueja, diz que o secretário já respondeu às questões, e quando lhe recordam que isso não corresponde à verdade, lá vai dizendo que a «não resposta» do senhor secretário é, afinal, a resposta que se pode arranjar.

É o Grande Circo Lusitano em todo o seu esplendor.

Mas haja circo, porque pão, esse, vai faltando um pouco por todo o lado.


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16/11/2008

DE MARIA DE LURDES E OUTRAS CALAMIDADES

A ministra da Educação, entrevistada no dia da gigantesca manifestação dos professores, entre várias diatribes indicadoras do seu desespero e, acima de tudo, da falta de argumentos que suportam as medidas governamentais para o sector, regorgitou que tudo tinha a ver, essencialmente, com estratégias partidárias e o ano eleitoral que se aproxima.

Ao ouvi-la, lembrei-me de Salazar, que costumava atribuir aos comunistas qualquer vestígio de contestação à ditadura. Há tiques – e desculpas – que definem a mentalidade de quem os usa, do que resulta que não é democrata e decente quem quer – ou disso se rotula – mas quem intrinsecamente o é.

Na altura em que expeliu afirmação tão bafienta, a senhora ministra, do alto da sua arrogância e prepotência, acrescentou que a manifestação também era uma forma de chantagear as escolas e os professores que, segundo ela, eventualmente acatam as malfeitorias do governo socialista. Nessa altura, bem poderia – e deveria – o jornalista ter-lhe perguntado se alguns desses professores também não terão o seu partido (no caso, o PS) e, por isso, agirão mais por devoção partidária, e menos em defesa dos seus interesses profissionais e, acima de tudo, em defesa da escola, do ensino e da formação dos alunos que têm a seu cargo.

Poderia perguntar-lhe, também, se a ministra não tem conhecimento das enormes pressões exercidas pelo aparelho socialista instalado nos vários patamares da hierarquia do sector, que vão desde a actuação dos rasteiros e dissimulados bufos, até à descarada repressão de responsáveis pelas direcções regionais de educação – de que é exemplo flagrante uma tal Margarida Moreira, matrona socialista, de vocação inquisidora, a que junta uns laivos repressivos herdados do regime anterior. Mas o jornalista não se lembrou destas elementares perguntas ou, então, achou mais prudente não irritar a senhora e, por consequência, o «engenheiro», que assim não precisou de se incomodar a telefonar para o responsável da estação, exigindo que o atrevimento fosse devidamente punido. Como já fez noutras oportunidades.

Mas deixemos, por agora, D. Maria de Lurdes e os seus fantasmas, para olharmos o país em geral, onde a pobreza continua a alastrar. E se pensam que se trata de uma afirmação minha, subversiva e sectária, desiludam-se. Quem o afirma é a própria igreja católica, pela voz dos seus bispos, que garantem não deixar de lutar contra a pobreza, chamando a atenção para o facto de haver cada vez mais famílias a passar fome em Portugal.

Discursando na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, realizada em Fátima, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, afirmou mesmo que o governo devia proteger mais as famílias e fazer do combate à pobreza a sua principal preocupação. Repito: a sua principal obrigação.

«Numa sociedade dita avançada é confrangedor deparar com as dificuldades vividas no interior de muitos lares. Começam a faltar bens essenciais e a vergonha torna a pobreza mais angustiante», afirmou D Jorge Ortiga, salientando que «não se pode ignorar e desconsiderar as grandes dificuldades económicas em que se encontram muitas das nossas famílias, particularmente os mais jovens e os reformados».

Como que respondendo a isto, em Oliveira de Azeméis encerrou mais uma fábrica, a IBEL, lançando para o desemprego cinquenta trabalhadores. São mais algumas famílias que vão engrossar a lista angustiante dos que não sabem como vão sobreviver daqui para a frente. Claro que estes postos de trabalho que se perderam não contam para a contabilidade de José Sócrates mais os seus mirabolantes 150 mil novos postos de trabalho, já que para a contabilidade do senhor «engenheiro» não existe a coluna do deve, mas apenas a coluna do haver.

Entretanto, o preço do petróleo já está abaixo dos 50 dólares, quando há poucos meses se cotava a 140 dólares. Resultado desta descida? A redução, de vez em quando, de alguns cêntimos no preço dos combustíveis. Pergunta ingénua: porque não voltam os combustíveis aos preços aproximados daqueles que vigoravam quando o petróleo se transaccionava ao preço que tem hoje?

Ao mesmo tempo, a União Europeia quer que Portugal reduza as suas capturas de pescado em águas nacionais, propondo um corte de 40% para o carapau e cortes inferiores, mas significativos, para outras espécies. Tudo isto levará a preços mais caros, a mais desemprego e a um maior endividamento do país ao estrangeiro, já que o pescado que não podemos capturar passará a ser importado. Veremos como vai reagir o governo, mas o costume é curvar-se à vontade comunitária, depois da palhaçada de algumas reduções simbólicas à proposta inicial.

No capítulo da segurança, continuam os assaltos para todos os gostos. Portagens, cafés, ourivesarias, bancos, pessoas na via pública, e por aí fora. Nas Caldas da Rainha, por exemplo, uma mulher, de 68 anos, foi picada com uma seringa, arrastada pelo chão durante vinte metros e agredida a pontapé por um ladrão, toxicodependente, que acabou por lhe roubar dez euros. Apesar da violência do roubo, que obrigou a vítima a receber assistência hospitalar, o assaltante, entretanto detido, ficou em liberdade a aguardar o julgamento. E, provavelmente, com a sua indispensável seringa, paga por todos nós, e que por não ser considerada uma arma, não carece de licença.

Bem fez o proprietário de um café no Barreiro, que despachou o seu assaltante com sete tiros, não fosse terem falhado os seis primeiros. Também um dos assaltantes de uma cabine das portagens de Auto-estrada 1, em Santarém, acabou morto por atropelamento, durante a perseguição movida pela GNR. Desculpem-me a insensibilidade, mas não senti a mínima pena.

No meio disto tudo, a trapalhada com o Banco Português de Negócios, a provar que as nacionalizações apenas são boas quando se trata de pôr os portugueses todos a pagar as vigarices dos banqueiros. Misterioso – ou talvez não – é o comportamento do socialista Constâncio, que governa o Banco de Portugal. Há anos que se acumulavam indícios do que realmente se passava, desde livros publicados a denúncias de auditores credíveis e a relatórios da equipa que investiga a Operação Furacão. Victor Constâncio, cuja competência todos salientam, curiosamente não viu nada, não ouviu nada, e, claro, nada fez – ou pouco fez. É muito pouco, tendo em atenção o muito que ele ganha. Mas, como é costume em Portugal – e a este nível – tudo vai dar em águas de bacalhau. Apostam?

E sabem uma coisa? Eu adivinhei que a D. Fátima Felgueiras ia ser condenada… mas com a pena suspensa.

Também não era preciso ser muito esperto para adivinhar isto, pois não?


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05/11/2008

A PIOR VARIANTE

Hoje li que a Reserva Federal dos Estados Unidos havia criado uma nova linha de crédito para os Bancos Centrais do México, Brasil, Coreia do Sul e Cingapura.

Nessa mesma declaração informou que concedeu créditos similares aos Bancos Centrais da Austrália, Canadá, Dinamarca, Reino Unido, Japão, Nova Zelândia, Suíça, e ao Banco Central Europeu.

Em virtude desses acordos, concede dólares aos Bancos Centrais, em troca de reservas em divisas desses países, que sofreram perdas consideráveis devido à crise financeira e comercial.

Desse jeito, é consolidado o poder económico da sua moeda, privilégio outorgado em Bretton Woods.

O Fundo Monetário Internacional, que é o mesmo cachorro com diferente coleira, anunciou a injecção de avultadas quantias para os seus clientes da Europa oriental. À Hungria injectou-lhe o equivalente a 20 bilhões de euros, grande parte dos quais são dólares procedentes dos Estados Unidos. As máquinas não cessam de imprimir notas nem o FMI de outorgar os seus leoninos empréstimos.

Por sua vez, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) declarou ontem, em Genebra, que ao actual ritmo de despesas, a humanidade precisaria dos recursos de dois planetas em 2030 para manter o seu estilo de vida.

O WWF é uma instituição séria. Não é preciso ser universitário formado em matemáticas, economia ou ciências políticas para compreender o que isso significa. É a pior variante. O capitalismo desenvolvido ainda aspira a continuar pilhando o mundo, como se o mundo pudesse suportá-lo.


Fidel Castro Ruz

02/11/2008

O SISTEMA “DEMOCRÁTICO”

Na próxima madrugada de 5 de Novembro ficaremos a saber quem vai governar os Estados Unidos da América durante os próximos anos e a expectativa não é nenhuma, já que, quer ganhe o Republicado quer ganhe o Democrata, para o mundo nada será diferente; ambos quererão continuar a dominar-nos política e economicamente.

Que ninguém se iluda! Nem mesmo a origem africana de um dos candidatos nos dá a esperança de que ele, a ganhar, olharia com outros olhos para o vasto continente onde diariamente morrem milhares de seres humanos por falta de alimentos e assistência médica.

Republicanos e Democratas têm vindo sucessivamente a prolongar há décadas o bloqueio económico a Cuba e nem sequer aceitam as exigências das Nações Unidas, onde recentemente foi votada pela 17ª vez consecutiva uma resolução para o fim do bloqueio, com 185 votos a favor, 3 contra (Estados Unidos, Israel e Palau) e 2 abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia).

Este bloqueio assassino estende-se aos mais ínfimos pormenores, levando, por exemplo, a que desde 2003 o Centro Nacional de Genética Médica, uma prestigiada instituição pertencente ao pólo científico de Havana, tenha pedido ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos autorização para adquirir um Analisador de Genes, a fim de continuar o desenvolvimento do Programa Nacional de Diagnóstico, Manejo e Prevenção de Doenças Genéticas, iniciado na década de 1980.

Esse Analisador possibilita o estudo em famílias cubanas dos denominados "genes susceptíveis" de doenças de alta prevalência na população, como o cancro de mama, colo, próstata e Alzheimer.

Embora esses avançados equipamentos sejam produzidos também por firmas de outros países, os seus componentes são elaborados maioritariamente por companhias americanas, o que impede a sua compra directa.

Nem do ponto de vista profissional, nem humano, a directora do Centro de Genética, doutora em Ciências Médicas Beatriz Marcheco Teruel, pode compreender essa atitude do governo americano, que cinco anos depois "nem sequer se dignou responder ao nosso pedido".

A cientista indicou que aproximadamente 75% dos reactivos necessários no Centro para o diagnóstico de doenças genéticas são produzidos nos EUA, alguns, exclusivamente nesse país. Citou o caso do Amniomax, utilizado para o diagnóstico pré-natal de anomalias cromossómicas, como o síndrome de Down. Pela proibição de venda a Cuba, o sistema de saúde teve que pagar quase três vezes mais pelos frascos desses reactivos (cada um dá para três grávidas), ao ter que adquiri-los em mercados de países distantes.

Para dar uma ideia das acções de distribuição que isso traz, basta assinalar que em 2007 foram realizadas nacionalmente cerca de 7 mil estudos pré-natais cromossómicos e, nesta altura de 2008, atingem já quase 6 mil.

Em Cuba, todas as crianças entre o quinto e o décimo dia após o seu nascimento recebem "uma agulhada no pezinho", dirigida à detecção precoce de quatro doenças metabólicas.

O sangue obtido para esses diagnósticos deposita-se num papel com características especiais, denominado “Whatman”, sendo processado com a tecnologia SUMA (Sistema Ultramicroanalítico) de produção cubana.

No passado dia 4 de Junho de 2008 a doutora Beatriz Marcheco recebeu uma carta onde se lê textualmente:

"Informamos que recentemente a Empresa Whatman, originária de Inglaterra, foi comprada pela GE (General Electric) Healthcare dos EUA. Recebemos comunicação da GE no sentido de que estamos proibidos terminantemente de vender produtos de Whatman a Cuba. Portanto, anulamos todos os pedidos pendentes dos nossos clientes em Cuba e desactivamos completamente as nossas actividades relacionadas com os produtos Whatman nesse país".

Das 112.472 crianças nascidas no ano passado, realizaram-se 109.418 diagnósticos, para 97,3% dos nascimentos.

O bloqueio genocida quer também impedir o desenvolvimento normal das crianças cubanas e, sem a mais ponta de vergonha, dizem: “a partir de agora não têm acesso aos recursos que necessitam para realizar os diagnósticos”.

Mas a doutora Beatriz Marcheco aponta uma das coisas que mais a impressionam sempre nestas sistemáticas agressões dum governo tão poderoso, que é a atitude de resistência e luta do Estado revolucionário que, imediatamente e perante cada acção criminosa do bloqueio, busca alternativas e variantes para manter disponíveis os serviços de saúde tão necessários e requeridos pela população.

Disse a doutora Beatriz: “esquecem que para a Revolução Cubana a saúde é um direito humano inalienável”.

Por isso, digo eu, não se espere nada destas eleições norte-americanas assentes numa democracia podre, numa economia em ruínas e numa protecção social inexistente.

É todo o sistema que está em causa! Lá, como em Portugal e no resto do mundo dito ocidental, o que importa é o lucro fácil e a riqueza acumulada por alguns com o sacrifício de todos os outros.


Celino Cunha Vieira

1997, 2007 © Guia do Seixal

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