31/12/2006

ESTA SEMANA

FIM DO ANO
Pois é: acabou-se mais um ano em que os portugueses trabalharam pouco e vai começar um outro em que terão de se aplicar mais, pois "não há alternativa ao trabalho árduo".
Provavelmente, estas palavras da autoria do senhor Sócrates, dirigem-se aos tais 57.000 novos trabalhadores que graças aos “bons serviços” do seu governo, têm agora a possibilidade de mostrarem aquilo que valem, já que os outros milhares (ainda por contabilizar) viram~se atirados para o desemprego ou pré-reformas de miséria, fruto do encerramento das empresas onde laboravam.
Não se sabe muito bem onde foi ele buscar este número de 57.000 novos postos de trabalho, a não ser que esteja a contar com as catedrais do consumo onde prolifera o trabalho mais que precário, com os vendedores de droga, já que o consumo subiu 17%, com os futebolistas estrangeiros que se naturalizaram portugueses, com pseudo actores e cantores das “florisbelas” ou com cangalheiros e coveiros, sector este que deverá ter um futuro risonho com as medidas governamentais com que somos brindados.
Mas haja alegria e esperança no futuro, pois enquanto o senhor Sócrates se anda a pavonear e a bronzear no Brasil, um dos seus ajudantes - secretário de estado - ao ser questionado sobre o aumento dos medicamentos e a diminuição das comparticipações, respondeu muito convictamente que os portugueses iriam gastar menos dinheiro com os mesmos em 2007.
Realmente a frieza e o cinismo do chefe já fez escola e o descaramento perpassa por toda aquela cambada de incompetentes.
Já agora, podem também dizer que os portugueses vão gastar menos dinheiro no próximo ano em electricidade, em transportes públicos, em alimentação, em calçado, em vestuário, etc. ou seja, em tudo, porque cada vez têm menos dinheiro disponível, já que com o aumento dos impostos e a inflação real (e não a que apregoam) pouco ou nada sobra para os bens essenciais, tendo como única solução deixarem de os consumir e passarem a andar mais a pé, que até é muito mais saudável.
Nestes dias é costume desejar-se um Feliz Ano Novo e que o próximo seja melhor que o anterior.
Mas como podem os portugueses imaginar, sequer, que vão ter um ano melhor, se já sabem as dificuldades que os espera ?
Que pena acabar o 2006 onde o pão, a água, os combustíveis, a energia eléctrica, as rendas de casa, as taxas de juro, o acesso à saúde, os transportes e as portagens, mesmo sendo de custos superiores aos praticados em 2005, eram, mesmo assim, inferiores aos que irão ser praticados em 2007.
Depois de tudo isto agradeço que não me desejem um bom ano novo, porque prefiro o ano velho.

1997, 2007 © Guia do Seixal

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