24/12/2006

ESTA SEMANA

É NATAL
Confesso que esta época do ano me deixa um pouco nostálgico e ainda mais revoltado com a hipocrisia dos políticos que nos governam ou que já nos governaram, porque quando estão no poder não resolvem os problemas de fundo, continuando o Estado a não assumir as responsabilidades que lhe cabem.
Todos os anos é assim e vamos vendo suas excelências a desfilar frente às televisões a dar palmadinhas nas costas e a desejar felicidades a quem passa o resto do ano a inventar soluções para pagar a renda de casa, os medicamentos na farmácia ou para não passar fome.
Façam-se aldeias de Natal ou presépios gigantes; construam-se árvores artificiais com muitos metros de altura para bater recordes; organizem-se almoços e jantares especiais para os sem-abrigo, para reclusos ou para criancinhas pobres; distribuam-se uns quantos cobertores e umas sopinhas para enganar o frio e a miséria; mas continuem a apoiar e a fomentar o nascimento de novas catedrais do consumo e a asfixiar as famílias com a subida de impostos directos e indirectos, o aumento do custo de vida nos bens essenciais e o desemprego.
Apliquem-se mais taxas moderadoras, fechem-se escolas, maternidades e centros de saúde e depois venham cinicamente de sorriso nos lábios desejar-nos um bom Natal.
Este ano consegui finalmente estabelecer um pacto familiar que consiste em não haver prendas para ninguém, fugindo ao consumismo desenfreado que só serve para alimentar os Belmiros da nossa praça. É somente um exemplo e uma atitude de coerência, resultando nuns poucos euros a menos na floresta das caixas registadoras.
Mas o que eu queria mesmo era que este espírito de Natal e de solidariedade pudesse tocar os nossos políticos e que o mesmo estivesse presente em todos os dias do novo ano, acabando-se de uma vez por todas com a caridadezinha para aliviar as consciências.

Boas Festas para todos.

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