18/06/2006

ESTA SEMANA

POR CUBA CONTRA FIDEL
Não, não me enganei no título. Este foi o que saiu na nossa comunicação social, referindo que o líder do CDS/PP apoiou a criação em Portugal de um Comité para a Democracia em Cuba, proposto pelo “dissidente” cubano Carlos Franqui, com quem reuniu em Lisboa. Disse Ribeiro e Castro que “Cuba é a ditadura mais antiga com que o mundo se confronta e portanto devemos lutar por boas notícias de acesso à liberdade”.

Saberá o senhor Ribeiro e Castro que Portugal mantém relações diplomáticas com Cuba ao nível de Embaixada e que ele, como eurodeputado português e pretendente a ocupar um lugar de destaque num futuro governo, podem estas suas opiniões e encontros serem consideradas ingerências na política interna de um outro país ?

Que conhecimentos tem o senhor Ribeiro e Castro sobre Cuba para dizer que o sistema é uma ditadura ?

Saberá o senhor Ribeiro e Castro quem é Carlos Franqui ?

Não sabe ? Ele não lhe explicou ?

Pois bem, o tal “dissidente” é tão só um dos sócios mais chegados de um outro “dissidente” de nome Carlos Montaner, que após o triunfo da Revolução em 1959 foi recrutado em Havana para realizar trabalhos de sabotagem para a CIA, tendo a sua actividade provocado numerosas vitimas inocentes com o rebentamento de explosivos por ele colocados em centros comerciais de Havana. Em 1960 foi capturado, mas conseguiu evadir-se com o apoio dos seus “patrões” da CIA, vindo a instalar-se com todas as mordomias nos Estados Unidos, continuando até hoje a conspirar e a recrutar “dissidentes” para a sua causa terrorista não só contra Cuba, como também contra outros países da América Latina, onde já cumpriu variadas missões.

Ele e todos os seus comparsas, mascarados de artistas, de jornalistas ou de escritores, são sustentados pela CIA e percorrem o mundo à procura de apoios políticos, apanhando alguns ingénuos ou ignorantes nas suas malhas.

Cuidado senhor Ribeiro e Castro; veja lá com quem anda a encontrar-se e para a próxima informe-se primeiro quem são, o que fazem e o que andam à procura.

E já agora, quando quiser, terei muito gosto em o acompanhar a Cuba, tal como já fiz com outros, para lhe mostrar a tal “ditadura”.



CRIMINOSO DE GUERRA
O líder da ultra-direita austríaca, Joerg Haider, declarou recentemente que “o presidente norte-americano George W. Bush é um criminoso de guerra, cujas acções reforçaram o terrorismo internacional em vez de o enfraquecerem”.

Não deixa de ser curioso como a opinião dos mais variados quadrantes políticos é coincidente no que se refere ao chefe do “IV Reich” (como lhe chama e bem o João Carlos Pereira), esperando-se que chegue o dia em que este assassino possa ser julgado pelos crimes que tem vindo a cometer por todo o mundo, matando indiscriminadamente inocentes com a justificação do combate ao terrorismo.

Para além da ingerência e destruição de todo um país, a sua paranóia com o Iraque tem vindo a assemelhar-se a um verdadeiro holocausto, este o dos tempos modernos que não utiliza câmaras de gás mas sim as bombas que são mais rápidas e eficazes. parecendo que só desistirá quando não houver qualquer sobrevivente para poder contar a história.



PAPALVOS ?
Se bem se lembram, ainda não foi assim há tanto tempo, o senhor Sócrates e o seu ministro da economia vieram propagandear os grandes investimentos privados que estavam previstos para breve e que viriam trazer grandes benefícios ao país, com o consequente aumento do emprego. Mas aquilo que se tem visto são as fábricas a fecharem e os investimentos, que se vislumbrem, só os conseguidos com a abertura de novas catedrais do consumo.

Para que não se note muito mais este insucesso e para tapar o “sol com a peneira”, fazem-se uns malabarismos com os números do desemprego, adoptam-se novos critérios e definições, e assim já podem apregoar que o mesmo está a diminuir, como se isso fosse possível face ao encerramento quase diário de muitas empresas que abrem falência ou se deslocalizam. A falcatrua foi de tal ordem que até um dos principais responsáveis do Instituto de Emprego se demitiu para não ser conivente com tal situação. Mas disso pouco ou nada se falou e a nossa Assembleia da República, que deveria servir para fiscalizar estas situações, permaneceu muda e calada, não fosse levantar alguma “lebre” que poria em causa este e os governos anteriores.

Esta situação da Opel da Azambuja é mais um caso de (in)sucesso do actual governo socialista que temos, ao permitir que se ponha em causa a subsistência de cerca e 2.000 trabalhadores, depois de o seu actual deputado Pina Moura, enquanto ministro do governo Guterres em 1998, ter apoiado financeiramente com o nosso dinheiro, em nome do progresso e da criação de emprego, qualquer coisa como 6 milhões de contos a fundo perdido. Até a Câmara Municipal da Azambuja isentou a empresa ao pagamento de 400 mil contos de Sisa, como forma de apoiar o progresso regional.

Depois de tudo isto ainda se ouve o actual ministro da economia dizer que “o governo não tem culpa de nada porque não fabrica automóveis e não pode interferir nas decisões internas das empresas privadas que são livres de gerirem as mesmas da forma como muito bem entendem”. Ou seja, qualquer “macaco” entra por aqui dentro, recebe subsídios comunitários, do governo e das câmaras municipais e ao fim de alguns anitos ameaça com o encerramento da fábrica com a desculpa de poder reduzir os custos de produção se a deslocalizar para outro país.

Depois é esperar a contestação generalizada e que os “papalvos do governo” acreditem na chantagem, que critiquem e pressionem os trabalhadores (como aconteceu na Auto Europa), que prometam mais umas benesses e isenção de impostos à empresa em nome do aumento das exportações e marcar a conferência de imprensa – com o ministro ao lado – para dizerem que reconsideraram a posição graças à consideração e inteligência do senhor primeiro-ministro e do seu ministro da economia.

Mas onde é que eu já vi este filme ?

Será por estas razões que o eurodeputado socialista e ex-secretário de estado Manuel dos Santos apontou o dedo a Sócrates, criticando-o por ter tomado decisões assentes em critérios liberais e que o governo se apresenta como uma comissão liquidatária ?

Quando haverá coragem política para legislar sobre isto e só aceitar a instalação de multinacionais ou de outras empresas com contratos-programa perfeitamente definidos e que contemplem fortes penalizações para todos aqueles que não os cumpram, depois de terem recebido importantes incentivos ?

Ou a “marosca” já está toda combinada e os tais “papalvos” são afinal coniventes com esta situação ?

1997, 2007 © Guia do Seixal

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