14/05/2006

ESTA SEMANA

TURISMO
O senhor Luís Patrão, que até há dias foi chefe de gabinete do primeiro-ministro que temos, acaba de ser nomeado para presidir ao Instituto Português de Turismo, organismo que ainda não se sabe bem que funções vai ter após a extinção e reorganização de alguns serviços ligados ao turismo.
Depois de já ter sido deputado e também chefe de gabinete de Guterres, Luís Patrão chegou a Secretário de Estado da Administração Interna, tendo saído deste cargo depois da polémica gerada em torno da criação da Fundação para a Prevenção e Segurança, em que também esteve envolvido o ex-Ministro Armando Vara, agora administrador da CGD e com uma perninha na GALP.
E ainda há quem pense que o
“cartãozinho” não faz a diferença, pois não se conhecendo formação académica ou qualidades excepcionais de algumas figuras da nossa praça, eles tanto servem para chefiar polícias, gerir bancos, controlar combustíveis ou promover o turismo.

Como uma das atribuições do IPT é a promoção de Portugal no exterior, quero transcrever, com a devida vénia, alguns excertos do que foi escrito no Jornal Digital “Opção Turismo” por Emídio Baptista (Director Hoteleiro).

Diz ele:
“Fui á FITUR, em Madrid, e como de costume revi a malta da “velha guarda” e verifiquei também a aproximação dos “novos” nas lides comerciais, na segunda maior Feira de Turismo da Europa.
O espaço físico no stand de Portugal já viveu melhores dias. O amor à arte de vender e de promover o nosso produto, o destino, o alojamento, e consolidar os nossos acordos comerciais, deve ser a flor inspiradora da nossa presença nestas Feiras Internacionais. Isso não acontece e em vez de mostrarmos o nosso tipicismo, as nossas marcas e a nossa cultura, perdemo-nos no estilismo de “posters movíveis” e de espaços sem animação, de gente que não está treinada para “animadores comerciais” chamando a si a atenção dos passantes para o que estamos a oferecer. E temos muito. O problema é que não se vê. Demonstramos estar todos “velhos demais”. Não sentimos o desafio.
Podíamos convidar dois artesãos, mostrar os nossos vinhos e queijos, oferecer degustações pontuais. Deveríamos fazer as promotoras distribuir “caravelas” de cartão ou o que fosse de simbologia nacional. Entretanto, outros vi, como a Suiça e os queijos, os Holandeses e as tamancas, os Checos e os cristais, cheios de dinâmica, a “mostrar” os seus produtos, a incentivar as memórias dos que compram ou vendem turismo. Somos “agora” um País de executivos, de fatinho e gravata, com as promotoras, esperando sentadas!
- Eles que nos venham visitar, pois temos o sol e o mar, e um país do caraças.
- Para quê mandar “as miúdas” do comercial andarem a fazer de tolinhas a distribuir folhetos, quando temos os balcões institucionais, cheios de brochuras, também “institucionais”, ali sentadas muito institucionais ?
Sinceramente, gostava de não vos desgostar, mas custa muito deslocarmo-nos fora de portas, apanhar frio, gastar os sapatos e o “latim”, sem
“Klics” de motivação.
Meus amigos: criticar pode ser fútil e até deprimente, pouco produtivo, mas na FITUR, eu vi mais uma vez que não temos pedalada de marketing para estas andanças comerciais. Somos amorfos e sem reacção ás tendências. Não temos dinâmica! Reparei no Stand de Berlim, que na promoção do Mundial da Alemanha, existia um “joguinho” de chutar a bola num buraco para ganhar. Ganhar promovendo e entregando aos participantes bilhetes para os jogos do Mundial. Nós já passámos por isso no Europeu e, na FITUR 2004, nem lapiseiras tínhamos para oferecer. A nossa pequenez não tem que ver com o nosso orçamento, mas sim com a nossa mentalidade e ausência de técnica de vendas.
Dou uma medalha aquela colega hoteleira, de origem alemã, a trabalhar em Beja, que levou uns vinhos lá do seu hotel rural. Promoveu o encontro e o conhecimento do seu destino num instante. Nós gostámos muito e bebemos o copo. Muitos nem pensaram que era assim que tinha que se fazer. Criteriosamente para o exterior, para os visitantes, para os que procuram o nosso produto turístico.
Acredito que temos hoje um esforço governamental com iniciativas que se perdem e se auto-bloqueiam pela forma “menor” de mostrar o que é nosso. O Turismo está em movimento, continuadamente, com gestação de novas ideias, em que os agentes turísticos que vendem os nossos produtos, têm estímulos baseados no que lhes podemos oferecer, para promoverem um destino junto dos seus clientes. Portugal continua a apresentar-se nestas feiras com um grande défice de dinamismo. Temos de explorar o espaço destes “stands”, de forma técnico-animadora, com emblemas na lapela do casaco e o sorriso desenhado nos lábios. Para vender mais e melhor”.

Porque conheço bem esta realidade, estou completamente de acordo com o Emídio Baptista; a nossa promoção turística no exterior é francamente má e extremamente dispendiosa, podendo-se, com imaginação e vontade, fazer-se muito melhor e com custos mais reduzidos.
Esperemos que o novo Presidente do IPT tenha a capacidade para ouvir quem anda há muitos anos no turismo e acabe de vez com as intelectualidades que não servem para nada.


CASTIDADE
O Reitor do Santuário de Fátima, monsenhor Luciano Guerra, deixou claro que “a castidade é uma urgência e o facto de se estar a exagerar na liberdade entre os sexos faz com que se fuja às tarefas árduas”.
Segundo ele, “o nosso primeiro problema talvez não seja a falta de dinheiro, a baixa produtividade, o fracasso escolar ou a corrupção”, a raiz dos problemas está “na ambição e por ainda é quando o sexo se torna numa droga”.
Li, reli e nem queria acreditar. Como é que um representante da Igreja Católica, responsável por um Santuário conhecido em todo o mundo, pode ter e dizer coisas destas?
E pensarmos que há quase 2.000 anos houve gente que deu a própria vida para implantar uma religião que tem vindo a degradar-se por culpa daqueles que têm a obrigação de a defender.


ROCK IN RIO
Os artistas que vêm actuar no “Rock in Rio” exigem de tudo à produção do Festival. Desde cerveja australiana a raiz de gengibre inteira com pele, passando por toalhas de rosto pretas a cozinhas completas para poderem fazer as suas próprias refeições. Há até quem queira limões inteiros, provavelmente, nem se pode pensar noutra a razão, para preparar “caipirinhas”.


EMPRESAS NA HORA
Graças à excelente ideia deste Governo socialista que temos, já se podem criar empresas na hora, o que é muito bom, pois assim o senhor primeiro-ministro, baseado nas estatísticas, já pode vir dizer que a nossa economia está a crescer a bom ritmo, certamente porque os milhares de desempregados que existem, foram logo a correr para passarem a empresários.
A quem interessa constituir empresas na hora ?
Aos grandes grupos empresariais que assim podem facilmente fazer engenharia financeira para fugirem aos impostos, ou, como diz a Polícia Judiciária, para outras actividades criminosas, como por exemplo, escoar “legalmente” produtos provenientes de roubos ?
O senhor Sócrates e os seus ajudantes devem saber a resposta.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...e, se as mensagens dos Blogues pudessem passar na TV, ou nos Orgãos da Comunicação Social mais lidos?
Estamos outra vez sob o domínio da censura:antes imposta,agora somos nós,(eles) que se auto censuram.
DAX

17/5/06 1:02 da tarde  
Blogger x said...

Caro DAX
Está também nas nossas mãos não admitir qualquer tipo de censura enquanto tivermos meios ao nosso alcance para podermos exprimir aquilo que pensamos e em que acreditamos, fazendo-o nos locais próprios, embora por vezes isso possa "beliscar" algumas pessoas que, não estando habituadas a serem contrariadas, se sentem atacadas e ofendidas.
Um abraço,
Celino

17/5/06 11:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olha lá, ó Celino!

Então o Luís Patrão, um dos mais prendados «boys» do PS - e que devia, mais o Vara, estar devidamente arquivado (só por uma questão de «prevenção e segurança», claro) - tem agora outro job, desta vez no Turismo? Qual é o espanto? Ele não é o melhor exemplo daquilo que, nos dias que correm, é o principal produto nacional?

- O quê?, perguntas tu.

E eu respondo:

- O toma-lá-lá-dá-cá cor-de-rosa. O óleo que lubrifica toda a engrenagem financeira )democrática. Até os pombinhos sabemn dizer o nome. Nunca ouviste? É mais ou menos assim:
Ku kurrrupt... Ku kurrupt...

Ah! E os bispos, mais o sexo, mais os preservativos, mais a castidade. Dessas coisas, o Papa é que sabe, os bispos é que proclamam e as freiras é que se fartam de rir.

Do Rock não percebo nada. Mas o papa deve saber. Talvez o Santuário de Fátima já tenha ditado a sua sentença.

Mas sobre as empresas na hora, na brasa, está tudo dito. Vai ficar muita gente a chuchar no dedo, pois criar uma empresa na hora é a melhor maneira dela desaparecer em segundos, para ressuscitar noutra empresa feita logo a seguir, que, por sua vez, desaparece nos dez minuitos seguintes, para aparecer
mais tarde, sempre com outros nomes e sócios diferentes.

Consta-me que foi um mágico ilusionista português muito famoso, o Luís de Matos, que deu a ideia ao Sócrates.

Vou falar com o mágico, para ver se ele consegue fazer desaparecer esta cambada toda.

18/5/06 7:56 da tarde  

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