29/05/2006

ESTA SEMANA

MUDAR DE ARES
Por motivos profissionais estive fora do país e por isso um pouco arredado das notícias que têm surgido, principal fonte de recolha para alguns apontamentos que semanalmente destaco.
Podem crer que por vezes também faz bem não saber o que se passa. Não que eu queira enterrar a cabeça na areia, como as avestruzes o fazem quando surgem as dificuldades, mas mudar de ares e viver outras experiências é muito enriquecedor para se poder formar uma melhor opinião em relação ao que nos rodeia.
Se noutros países nem tudo é perfeito, pelo menos em alguns, principalmente os que fazem parte da União Europeia, dá para perceber a distância que nos separa e na impossibilidade de algum dia os podermos vir a alcançar, se as políticas que os governos que vamos tendo continuarem a ser aquilo que se vê.

Atente-se, por exemplo, em que:

JÁ NÃO EXISTEM CRIMES ECONÓMICOS
Portugal não fez uma única confiscação no combate ao crime económico em 2005, o que deveria significar já não existirem crimes desta natureza no nosso país.
Seria óptimo se assim fosse, mas a verdade é que segundo o relatório do Grupo de Estados contra a Corrupção (GRECO), do Conselho da Europa, o combate ao crime económico relativo a Portugal tem, para além da "falta de uma estratégia de combate à corrupção", a "falta dos necessários meios materiais, financeiros e humanos e, por vezes, de treino, por forma a levar a cabo investigações aos bens e finanças".
O grupo de peritos acrescenta que lhes foram explicadas as razões do insucesso: "algumas vezes, as investigações tiveram de ser abandonadas por falta de recursos ou por atrasos devido à comunicação inadequada entre certas agências públicas e privadas ou indivíduos. Por vezes, o acesso a dados fiscais ou bancários chegou tarde demais."
A avaliação feita ao mecanismo de confiscação é severamente crítica. Os peritos recomendam às autoridades portuguesas que sejam "revistas" as medidas de "identificação, apreensão e confiscação dos proveitos da corrupção". A solução apresentada é a criação "de uma entidade especializada, responsável pela gestão de bens apreendidos". O relatório aponta como causas para as falhas na confiscação a "falta de harmonia e ambiguidade" das diversas fontes legais.

Até parece que o governo não está interessado em combater a corrupção. Mas isso é só o que parece e como se diz que o que parece é, retire-se daí as necessárias conclusões, já que:

O CADERNINHO DO MANUEL MARIA
Vem denunciar que existe corrupção, que ela funciona até para evitar que os filósofos sejam eleitos Presidentes de Câmara, sendo ele uma das vítimas desses “lobis” ligados ao imobiliário que compraram uns quantos jornalistas para o tramarem.
Não li e de certeza que não vou ler aquilo que o filósofo escreveu sobre a hipotética e maquiavélica campanha, mas, a ser verdade as acusações que faz, porque não começa ele já a denunciar o que se passa dentro do seu próprio partido e principalmente, porque não levanta o assunto na Assembleia da República, como é o seu dever como deputado ?

Mas nem todos são assim e ainda existe gente honesta que:

RECUSA 100 MIL EUROS
Cinco dias depois de ter sido distinguido com o Prémio Camões, o escritor Luandino Vieira recusou o galardão e os respectivos 100 mil euros, alegando “razões pessoais e íntimas”.
Essas razões, pessoais e íntimas, devem merecer-nos o maior respeito e compreensão, mas acima de tudo devem servir-nos como exemplo de alguém que preza a sua consciência e os seus valores, não se deixando levar por tentações materiais que certamente destruiriam toda uma filosofia de vida.
Luandino Vieira deu-nos mais esta lição. Saibamos merece-la e aproveitá-la nas nossas acções do dia a dia.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Corrupção?

O Governo não tem meios para combater a corrupção? Ó amigo Celino, o Governo é estúpido, ou quê?

O caso do Judas e do Coelho, com tabuleiro de xadrez pelo meio, foi arquivado? Pois foi. Jogar xadrez, é uma coisa; ir pró xadrez, é outra, como se vê. Foi arquivado por falta de meios - e de provas. Concluiu-se que o Coelho não sabe jogar xadrez. Não distingue um cavalo de uma torre, e quando ouve falar em xeque-mate, pensa que lhe estão a oferecer 5% sobre o valor da adjudicação.

Já se imaginou o país sem corrupção? Os concursos ficavam desertos, os júris de mãos a abanar, os eleitos e os políticos não podiam investir em vivendas, piscinas, carrões, condomínios fechados, sound around, TM 3G para o avô, para o filho e para a neta, férias nos paraísos e, acima de tudo, muito uísque (com pelo menos 12 anos).

A corrupção lubrifica, agiliza, tonifica, cataliza, simplifica, realiza, dá cá uma pica, optimiza e, acima de tudo, moraliza.

Onde é que ia parar a economia, ó amigo Celino? Se esta coisa já está má, pior ficava, ou não era?

No meio disto tudo, como podia o Luandino aceitar o dinheiro? Haverá ainda algum que não tenha cheiro a lavado?

Francamente, já chegámos à Itália, ou quê?

Zeca da Borga

30/5/06 8:40 da tarde  

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