12/11/2006

ESTA SEMANA

Por motivos profissionais estive ausente do país durante algum tempo e por isso longe das más notícias e das trafulhices deste desgoverno socialista que ainda temos.

Foi, posso garantir-lhes, um período em que não me preocupei se o ministro A ou o ministro B retirou mais uma carta da manga para nos sacar mais dinheiro ou restringir algum dos poucos direitos que ainda temos, passando duas semanas sem saber das novidades cá do burgo. O pior foi quando cheguei e me deparei com a realidade, passando a dormir mal e a sentir-me intranquilo com medo do que nos possa acontecer no dia de amanhã. E o medo não é de bombas ou atentados – é muito pior que isso – é o de um desgoverno que nos faz a vida negra e cada vez mais difícil, empurrando-nos para um abismo de que não há retorno.
Mal por mal, prefiro as bombas.

Mas vamos ao que interessa e ao que me levou a escrever estas despretensiosas linhas.

Para além de outros locais por onde deambulei, terminei o meu périplo no Egipto, país que não me canso de revisitar e admirar, encontrando sempre coisas novas e pormenores interessantes sobre a sua história e cultura secular.

Tive a oportunidade de me “perder” pelo Cairo, uma cidade com cerca de 19 milhões de habitantes e misturar-me com os temíveis “terroristas” muçulmanos que fizeram o favor de não me molestar. Não fui raptado injuriado ou ofendido, mas sim convidado a tomar uns “nánás” (chá de menta) e a fumar nos seus célebres cachimbos de água.

Será que me confundiram com algum membro radical da Al-Qaeda e tiveram medo que eu andasse por ali a colocar bombas ?

É uma dúvida que persiste no meu espírito, pois andei por onde queria e me apetecia, sem qualquer receio ou temor de que me pudesse acontecer fosse o que fosse.

No Egipto são professadas várias religiões, incluindo a Cristã, existindo um total respeito pela de cada um, pois a fé não se apregoa, pratica-se, e cada crente é livre para a seguir com mais ou menos rigor, de acordo com a sua consciência.

Quando os meios de comunicação social fazem eco do paranóico Bush e nos tentam impingir a sua única “verdade” de que o Islão é o causador de todos os males deste mundo, basta ir até ao Cairo e verificar como isso é uma grande mentira e que eles são muito mais pacíficos do que o chamado mundo ocidental.

Por casualidade, tive oportunidade de conviver em simultâneo com Muçulmanos e Cristãos, baseando-se as conversas na discussão de temas sociais, políticos e religiosos, sem que tivesse havido qualquer altercação verbal ou atitude menos correcta, embora nalguns pontos não estivéssemos totalmente de acordo.

O Egipto, país maioritariamente islâmico é pacífico e seguro, sendo o seu povo de uma extrema simpatia e amabilidade, deixando-nos sempre com vontade de voltar.

Pela minha parte não demorarei muito para rever os meus amigos e continuar a descobrir os mil e um recantos de um Cairo com o Nilo a seus pés que lhe dá uma cor e beleza especial.

E se alguém me quiser acompanhar, é só dizer, pois terei todo o prazer em servir de cicerone.

1997, 2007 © Guia do Seixal

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