ESTA SEMANA
INFECÇÕES
Depois do ministro da Saúde ter dito há tempos que uma das causas principais das infecções hospitalares se deve às más práticas de higiene de médicos e enfermeiros, vem agora a Direcção Clínica do Hospital de S.João, no Porto, ameaçar com procedimentos disciplinares para todos aqueles que não lavem as mãos apôs procederem a actos clínicos.
Se isto fosse um País a sério, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Enfermeiros já deveria ter instaurado um processo crime ao ministro e ao director clínico daquele Hospital, pois não se admite que possa ser posta em causa a idoneidade profissional de toda uma classe, lá por poder haver um ou outro que não cumpre.
A estratégia para as falhas destes pseudo-socialistas já começa a enjoar, porque a culpa é sempre dos profissionais e nunca deles próprios e das suas brilhantes ideias ou falta de condições de trabalho.
O ministro da Administração Interna diz que há maus polícias, a ministra da Educação diz que há maus professores e agora o ministro da saúde diz que há maus médicos e enfermeiros. Mas não dizem que há maus governantes e maus gestores públicos, porque esses fazem parte da “família” e têm de ser preservados.
Se existe algum profissional de saúde que tenha um comportamento reprovável, então que lhe seja instaurado o tal processo disciplinar com vista ao despedimento e até ao afastamento da profissão que exerce, por negligência e manifesta incompetência. Agora não se ponha é tudo no mesmo saco e não venham com a desculpa de que as infecções hospitalares são da sua responsabilidade.
Digam antes que as condições de trabalho são em muitos locais deploráveis e que os profissionais de saúde não podem fazer milagres;
Digam antes que os doentes com variadas patologias infecciosas se concentram em pequenos cubículos transformados em salas de espera e que se contaminam mutuamente;
Digam antes que os blocos operatórios deveriam ter uma pressão atmosférica superior à do exterior, mas porque os aparelhos de pressurização não funcionam, as salas são focos e contaminação;
Digam antes que pela falta de manutenção dos filtros e das condutas, o ar condicionado é um excelente disseminador de toda a espécie infecciosa;
Digam antes que em muitos locais a falta de instrumentos cirúrgicos obriga a uma grande rotação do mesmo e que a sua esterilização nem sempre é a mais recomendada;
Digam antes que a falta de material de penso (que já se faz sentir pelas restrições orçamentais) obriga a que os profissionais tenham de “inventar” soluções para resolverem os problemas que se lhes deparam;
Digam antes que o encerramento de Centros de Saúde vai piorar tudo isto com a concentração de mais doentes em menos locais;
E finalmente digam antes que não têm moral para apontar o dedo seja a quem for, quando as suas principais preocupações são as taxas moderadoras e não a saúde de todos nós.
SONDAGENS
Volta não volta somos bombardeados com sondagens, as quais traduzem na maioria das vezes os resultados que os seus promotores desejam passar para a opinião pública, servindo até de argumento a alguns comentaristas afectos ao poder instituído para dizerem que tudo está bem e que os portugueses até estão satisfeitos com as decisões governamentais.
Nos tempos que correm, nem os mais ingénuos podem acreditar nesta última da Marktest que conclui: “se as eleições legislativas se realizassem hoje o PS teria mais um ponto percentual em relação ao que obteve em Fevereiro de 2005”.
Estas mentiras, de tantas vezes repetidas, qualquer dia até passam a ser verdadeiras. É como o Sócrates: não só mentiu durante a campanha eleitoral, como continua a mentir descaradamente.
Na 5ª feira disse na Assembleia da República que as reformas não iam diminuir. Na 6º feira vem o seu o ministro das finanças dizer que os aposentados da função pública iriam passar a descontar 1% da reforma para a ADSE, desde que recebessem mais de um salário mínimo e meio, qualquer coisa que nem sequer chega aos 120 contos mensais.
Realmente as reformas não baixam: os descontos é que passam a ser maiores e assim a mentira fica encapotada.
Mas o Sócrates diz mais: o crescimento interno continua a aumentar, o desemprego cotinua a diminuir e os grandes investimentos estão quase a chegar. Mas entretanto mais umas quantas empresas continuam a fechar as portas e a mandar mais uns milhares para casa.
Por muita propaganda e sondagens encomendadas, não nos queiram convencer daquilo que está à vista de toda a gente e que se traduz num descontentamento generalizado, excepto para aqueles que, bens instalados na sociedade e em perfeita sintonia com o sistema vigente, dele podem retirar benefícios pessoais e viver desafogadamente e sem preocupações com o seu semelhante.
MULHERES
Há dias ofereceram-me o livro “ÁLVARO CUNHAL E AS MULHERES QUE TOMARAM PARTIDO” da autoria de João Céu e Silva publicado pelas Edições ASA e que foi lançado recentemente na última Festa do Avante.
Esta obra é inteiramente dedicada às mulheres comunistas que, na clandestinidade, no exílio ou na prisão, entre os anos 40 e 70, desenvolveram um importante trabalho dentro da organização do Partido em que militavam e militam, tornando-se credoras de admiração, respeito e consideração de todos aqueles que se consideram e são verdadeiros democratas.
Meninas que não tiveram infância e se fizeram mulheres, amigas ou companheiras, sabendo resistir ante todas as adversidades. Meninas que foram mães ausentes e que pelas circunstâncias não puderam dar aos seus filhos o amor que tinham. Meninas que perante os mais variados perigos eram as primeiras a dar o exemplo de coragem.
Num tempo em que as ideologias políticas andam tão arredadas do mundo em que vivemos, ler este livro deverá fazer despertar algumas consciências, verificando-se que as preocupações e as injustiças anteriores a 1974 continuam na ordem do dia e a necessitarem de um combate constante de todos aqueles que pensam por si próprios e que defendem os valores de uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Seria bom que todos os comunistas o pudessem ler. Uns para que se sintam orgulhosos do seu Partido e de todos aqueles que se sacrificaram para o legar aos mais novos. Outros, que deslumbrados pelo poder, sintam vergonha na cara pelos actos que praticam e que nada têm a ver com os exemplos destas MULHERES.
Depois do ministro da Saúde ter dito há tempos que uma das causas principais das infecções hospitalares se deve às más práticas de higiene de médicos e enfermeiros, vem agora a Direcção Clínica do Hospital de S.João, no Porto, ameaçar com procedimentos disciplinares para todos aqueles que não lavem as mãos apôs procederem a actos clínicos.
Se isto fosse um País a sério, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Enfermeiros já deveria ter instaurado um processo crime ao ministro e ao director clínico daquele Hospital, pois não se admite que possa ser posta em causa a idoneidade profissional de toda uma classe, lá por poder haver um ou outro que não cumpre.
A estratégia para as falhas destes pseudo-socialistas já começa a enjoar, porque a culpa é sempre dos profissionais e nunca deles próprios e das suas brilhantes ideias ou falta de condições de trabalho.
O ministro da Administração Interna diz que há maus polícias, a ministra da Educação diz que há maus professores e agora o ministro da saúde diz que há maus médicos e enfermeiros. Mas não dizem que há maus governantes e maus gestores públicos, porque esses fazem parte da “família” e têm de ser preservados.
Se existe algum profissional de saúde que tenha um comportamento reprovável, então que lhe seja instaurado o tal processo disciplinar com vista ao despedimento e até ao afastamento da profissão que exerce, por negligência e manifesta incompetência. Agora não se ponha é tudo no mesmo saco e não venham com a desculpa de que as infecções hospitalares são da sua responsabilidade.
Digam antes que as condições de trabalho são em muitos locais deploráveis e que os profissionais de saúde não podem fazer milagres;
Digam antes que os doentes com variadas patologias infecciosas se concentram em pequenos cubículos transformados em salas de espera e que se contaminam mutuamente;
Digam antes que os blocos operatórios deveriam ter uma pressão atmosférica superior à do exterior, mas porque os aparelhos de pressurização não funcionam, as salas são focos e contaminação;
Digam antes que pela falta de manutenção dos filtros e das condutas, o ar condicionado é um excelente disseminador de toda a espécie infecciosa;
Digam antes que em muitos locais a falta de instrumentos cirúrgicos obriga a uma grande rotação do mesmo e que a sua esterilização nem sempre é a mais recomendada;
Digam antes que a falta de material de penso (que já se faz sentir pelas restrições orçamentais) obriga a que os profissionais tenham de “inventar” soluções para resolverem os problemas que se lhes deparam;
Digam antes que o encerramento de Centros de Saúde vai piorar tudo isto com a concentração de mais doentes em menos locais;
E finalmente digam antes que não têm moral para apontar o dedo seja a quem for, quando as suas principais preocupações são as taxas moderadoras e não a saúde de todos nós.
SONDAGENS
Volta não volta somos bombardeados com sondagens, as quais traduzem na maioria das vezes os resultados que os seus promotores desejam passar para a opinião pública, servindo até de argumento a alguns comentaristas afectos ao poder instituído para dizerem que tudo está bem e que os portugueses até estão satisfeitos com as decisões governamentais.
Nos tempos que correm, nem os mais ingénuos podem acreditar nesta última da Marktest que conclui: “se as eleições legislativas se realizassem hoje o PS teria mais um ponto percentual em relação ao que obteve em Fevereiro de 2005”.
Estas mentiras, de tantas vezes repetidas, qualquer dia até passam a ser verdadeiras. É como o Sócrates: não só mentiu durante a campanha eleitoral, como continua a mentir descaradamente.
Na 5ª feira disse na Assembleia da República que as reformas não iam diminuir. Na 6º feira vem o seu o ministro das finanças dizer que os aposentados da função pública iriam passar a descontar 1% da reforma para a ADSE, desde que recebessem mais de um salário mínimo e meio, qualquer coisa que nem sequer chega aos 120 contos mensais.
Realmente as reformas não baixam: os descontos é que passam a ser maiores e assim a mentira fica encapotada.
Mas o Sócrates diz mais: o crescimento interno continua a aumentar, o desemprego cotinua a diminuir e os grandes investimentos estão quase a chegar. Mas entretanto mais umas quantas empresas continuam a fechar as portas e a mandar mais uns milhares para casa.
Por muita propaganda e sondagens encomendadas, não nos queiram convencer daquilo que está à vista de toda a gente e que se traduz num descontentamento generalizado, excepto para aqueles que, bens instalados na sociedade e em perfeita sintonia com o sistema vigente, dele podem retirar benefícios pessoais e viver desafogadamente e sem preocupações com o seu semelhante.
MULHERES
Há dias ofereceram-me o livro “ÁLVARO CUNHAL E AS MULHERES QUE TOMARAM PARTIDO” da autoria de João Céu e Silva publicado pelas Edições ASA e que foi lançado recentemente na última Festa do Avante.
Esta obra é inteiramente dedicada às mulheres comunistas que, na clandestinidade, no exílio ou na prisão, entre os anos 40 e 70, desenvolveram um importante trabalho dentro da organização do Partido em que militavam e militam, tornando-se credoras de admiração, respeito e consideração de todos aqueles que se consideram e são verdadeiros democratas.
Meninas que não tiveram infância e se fizeram mulheres, amigas ou companheiras, sabendo resistir ante todas as adversidades. Meninas que foram mães ausentes e que pelas circunstâncias não puderam dar aos seus filhos o amor que tinham. Meninas que perante os mais variados perigos eram as primeiras a dar o exemplo de coragem.
Num tempo em que as ideologias políticas andam tão arredadas do mundo em que vivemos, ler este livro deverá fazer despertar algumas consciências, verificando-se que as preocupações e as injustiças anteriores a 1974 continuam na ordem do dia e a necessitarem de um combate constante de todos aqueles que pensam por si próprios e que defendem os valores de uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Seria bom que todos os comunistas o pudessem ler. Uns para que se sintam orgulhosos do seu Partido e de todos aqueles que se sacrificaram para o legar aos mais novos. Outros, que deslumbrados pelo poder, sintam vergonha na cara pelos actos que praticam e que nada têm a ver com os exemplos destas MULHERES.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home