19/03/2006

ESTA SEMANA

CONTRAMÃO
Mais um condutor com 79 anos morreu numa auto-estrada, por circular na A4 em contramão, provocando mais 6 feridos. Um outro, de 83 anos, lançou o pânico na A8 ao circular em contramão durante cinco quilómetros na zona de Torres Vedras. Por sorte, neste caso, não houve qualquer acidente para além do susto.
Segundo dados fornecidos pela DGV, em 2005 registaram-se 85 acidentes provocados por veículos em contramão, tendo morrido 38 pessoas (21 delas condutores que seguiam contra o sentido), 93 ficaram feridas gravemente e 84 de forma ligeira, num total de 215 vítimas.
O idoso que assustou diversos automobilistas na A8 tinha renovado a carta em Novembro de 2005. Para conseguir esta renovação (obrigatória de dois em dois anos a partir dos 70 anos) é necessário um atestado médico. Mas os exames realizados para a renovação da carta baseiam-se na visão, na audição, na capacidade de locomoção e na função cardíaca.
A Direcção-Geral de Viação pede aos médicos que avaliem o estado mental dos requerentes, o que é feito através de uma simples conversa. O médico Horácio Firmino, presidente da Associação Portuguesa de Gerontopsiquiatria, diz que devia ser obrigatória a realização de um exame neuropsicológico, incluindo testes de reacção e de memória.
Que espera o senhor ministro da tutela para alterar rapidamente esta legislação ? Sabemos que a simples mudança da Lei não vai evitar mais casos, mas pode pelo menos diminuí-los e poupar algumas vidas.

HOSPITAL
Andam por aí alguns descompensados mentais que defendem a ampliação do Hospital Garcia de Orta, porque uma qualquer comissão de não sei quantos, paga pelo Estado para debitar umas quantas ideias soltas, chegou à brilhante conclusão que bastaria colocar mais 150 camas e ficaria tudo resolvido.
Ou seja, contratam-se a prazo mais uns quantos profissionais de saúde, compram-se mais umas camas e arrastadeiras, põem-se beliches no serviço de urgências, cobram-se mais umas taxas aos utentes e o assunto está arrumado, como se todos os outros serviços não estivessem já mais que sobrecarregados.
Também já li algures, que o interesse na construção de um novo Hospital no Concelho do Seixal serviria principalmente para a especulação imobiliária, pois quem defende esta solução são os grandes investidores conluiados com a Câmara Municipal.
Tanta ignorância e estupidez juntas só pode ser justificável por quem nunca teve necessidade de recorrer ao único Hospital que existe na zona para servir uma população acima dos 500.000 habitantes, para além daqueles doentes que são transferidos para aqui, oriundos de todo o sul do País, porque nas suas zonas não existem recursos ou porque os Hospitais que os deveriam servir não possuem todas as valências médicas.
Se alguém se der ao trabalho de verificar a rede hospitalar que existe nos Distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro, honestamente terá de concordar que existe uma grande carência e um enorme desequilíbrio em relação à zona norte.
Um Hospital no Concelho do Seixal não é uma teimosia, um luxo ou um negócio; é sim uma necessidade urgente.

1997, 2007 © Guia do Seixal

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