23/07/2008

SANGUESSUGA E MENTIROSO

Quando Sócrates impõe aumentos de ordenados e de pensões que ficam muito abaixo do aumento do custo de vida, está a sangrar o povo português. A exauri-lo. E quando Sócrates diz, por exemplo, que aplica uma «Taxa Robin dos Bosques» às petrolíferas, para canalizar essas verbas para os mais desfavorecidos, está a mentir com quantos dentes tem na boca. Mente, também, quando diz que os registos notariais baixaram, quando é, exactamente, o contrário que se verifica. Por isso, posso dizer que, em termos políticos, Sócrates é uma repugnante e perigosa sanguessuga e, simultaneamente, um mentiroso rafeiro e sem vergonha.

Poderia dizer, também, que a sua arte de mentir e de conseguir vantagens duvidosas transvazam para a sua vida privada, pois, como todos sabemos – mas é bom repeti-lo, quanto mais não seja para arreliar certos ouvintes apoiantes da criatura – fez-se passar por engenheiro quando ainda não tinha obtido (e todos sabemos como, depois, o obteve…) o almejado diplomazinho que lhe confere o título – mas não, seguramente, as reais habilitações.

Mas vamos a factos.

Fala-se muito em aumento dos combustíveis, em aumentos das prestações dos empréstimos à habitação, em aumentos dos medicamentos e das taxas moderadores. E fala-se bem. Porém, há coisas que aumentam à socapa e, porque os seus valores, em termos absolutos, não são muito relevantes, esses aumentos passam despercebidos. Refiro-me, por exemplo, aos legumes, um bem alimentar de fundamental importância numa alimentação saudável e equilibrada. Só no prazo de um ano, o preço dos legumes, em Portugal, aumentou cerca de 50%. Em alguns, como a alface e o feijão verde, quase duplicou. O que se comprava com cinco euros, em Julho de 2007, custa agora 7,5 euros.

No entanto, se a escalada de preços se verificou nos mercados abastecedores e nos super e hipermercados, praticamente não se fez sentir ao nível do produtor. Diz o Correio da Manhã, na sua edição de ontem, que «do produtor para o hipermercado, os preços sobem mais de 270%. Por exemplo, o feijão verde custa 40 cêntimos por quilo no produtor, sobe para 1,7 euros no mercado abastecedor, e para os 2,99 euros nas grandes superfícies».

Apressam-se os senhores engravatados dessas grandes superfícies, como as dos grupos Sonae e Jerónimo Martins, a clamar que tudo se deve ao aumento dos combustíveis, que estão pela hora da morte. Pergunto eu, na minha santa ignorância, plebeia e sem gravata, como é possível um aumento de 270%, se os combustíveis, tendo aumentado brutalmente, nem por sombras chegaram a essa percentagem? Então, quem se anda a encher à conta da crise? E à custa das carências alimentares de milhões de portugueses, incluindo crianças e idosos? Ou serão os legumes um artigo de luxo, como o caviar ou as ostras? Se calhar…

Falámos na «Taxa Robin dos Bosques», uma das últimas grandes aldrabices do político intrujão que governa o país, e que quis fazer crer que o governo, a abarrotar de preocupações sociais, se atreveu a tirar aos ricos – à Galp, por exemplo – para dar aos pobres. Mentira chapada! A verdade é esta, explicada pelo economista Eugénio Rosa:

«A mudança de sistema de custeio que o governo pretende impor às petrolíferas não aumenta o IRC pago pela GALP. Apenas altera o valor de IRC pago em cada ano (mais, actualmente; e menos, no futuro, no lugar do contrário). O principal beneficio é que o governo poderá dispor mais cedo de uma parcela maior do IRC (estima-se entre 110 e 150 milhões, só referente a 2008), o que lhe permitirá aplicar medidas sociais com efeitos eleitoralistas, como já começou a fazer».

Chega para explicar a aldrabice? Se não chega, vamos a outra: o governo apregoou que os preços dos registos tinham baixado e que se iria pagar menos pela compra de casa. Outra «galga» descarada do «engenheiro».

Joaquim Barata Lopes, Bastonário dos Notários, afirmou ao mesmo jornal: «Os preços dos registos aumentaram e, em alguns casos, passaram a custar o dobro. De um modo geral, aumentaram todos. Só o preço da ‘Casa Pronta’ é que baixou. Um registo, simples, de compra de uma casa, custava, sexta-feira passada, 125 euros. A partir de ontem, passou a custar 250 euros. É um facto objectivo. A mesma operação, mas com hipoteca, subiu de 135 euros para 250 euros. O que aconteceu foi que o Governo reuniu todos os actos possíveis num pacote que, até sexta, custava 526 euros e desde ontem passou para os 500 euros. Mas nestes casos todos os actos são pagos, mesmo os que não foram praticados. Trata-se de engenharia financeira».

Entretanto, a rapaziada cor-de-rosa, espalhada um pouco por toda a comunicação social portuguesa, esganiça-se a difundir a ideia de que a situação grave de muitas famílias se deve, exclusivamente, à falta de cabeça. Não sou eu quem afirmará que não haverá imensos casos em que à falta de juízo também se deverá a corda na garganta de muita gente. Mas a grande verdade está noutro lado, ou seja, nas PAC, isto é: nas Políticas Assassinas em Curso.

De facto, não há nada que um português comum compre hoje que não tenha aumentado muito mais – violenta e sanguinariamente mais – do que aumentou o seu ordenado. Ou a sua pensão.

Do leite ao pão, da carne e do peixe aos ovos e aos legumes, dos medicamentos aos transportes, das taxas moderadoras aos livros escolares, da prestação da casa à bilha de gás, da electricidade aos artigos de higiene, nada subiu abaixo dos aumentos de ordenados e pensões do Zé Povinho, designação onde não cabem Sócrates e socretinos, belmiros e amorins, espíritos santos e demais malignidades da escória política e financeira deste país, incluindo os seus dedicados sabujos, esbirros e lacaios.

Por isso, quando o crédito malparado volta a bater recordes, atingindo os 2,59 mil milhões de euros nos 131 mil milhões de euros em empréstimos contraídos à Banca, não me digam que é porque as famílias portuguesas não se sabem governar.

A única coisa de que eu posso acusar as famílias portuguesas nesta terrível conjuntura, é que deram as rédeas do mando ao político mais desqualificado que conheci em toda a minha vida, incluindo durante os chamados anos negros da ditadura fascista.


Lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 23/07/2008.
(Não deixe de ouvir em 98.7 Mhz e participar pelos telefones 212277046 ou 212277047 todas as quartas-feiras entre as 09H00 e as 10H00).

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ó parvalhão continuas na mesma merda, mentiroso és tu com as tuas provocações ordinárias vai-te mas é curar porque continuas maluco como sempre o fos-te .

23/7/08 10:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ó anonymous !
Não sabes dizer mais nada ?
Deves ter uma grande dor de corno em relação ao João Carlos.
Não tens é coragem para lhe chamar tudo isso na cara.
Não passas de um cobardolas e ainda por cima frustrado.

25/7/08 2:44 da manhã  

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