21/09/2008

O IKE FINANCEIRO

As notícias de hoje à tarde são para não perder:

"Bush cancelou todas as actividades. Tinha previsto ir ao Alabama e à Flórida para participar dos actos de arrecadação de fundos eleitorais."

"Na quinta-feira disse que estava preocupado pela situação dos mercados financeiros e da economia estadunidense…"

"Os mercados sofreram uma queda" ― continuam informando os telexes ― "o governo viu-se obrigado a nacionalizar a gigante seguradora American International Group (AIG), e a Reserva Federal, numa ação coordenada com outros bancos centrais, injectou US$180 biliões nos mercados financeiros."

"O presidente garantiu que o seu governo está a tomar providências agressivas e extraordinárias ‘para acalmar os mercados’."

"As autoridades da Ásia procuram frear a queda das suas moedas, bolsas e valores, para evitar que a crise de Wall Street atinja a região."

"O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, responsabilizou hoje a especulação pela crise financeira internacional, e admitiu que está preocupado pelos riscos de uma recessão nos Estados Unidos.

"Também se compadeceu com a situação dos grandes bancos dos Estados Unidos, que no passado criticaram o Brasil e outros países emergentes, e pôs em causa o sistema financeiro internacional.

"Há uma crise nos Estados Unidos, uma crise muito forte, que levou a maior economia do mundo a sobressaltos extraordinários", disse.

"Não quer dizer que não estejamos preocupados. Os Estados Unidos são a maior economia do mundo e o maior importador."

Concluiu as suas palavras afirmando: "Vejo com certa mágoa bancos importantes, muito importantes, que passaram a vida dando conselhos ao Brasil e sobre o que tínhamos que fazer ou não, e que agora estão falidos ou caíram na falência."

Os ventos ciclónicos do Ike financeiro também ameaçam todas as "províncias" do mundo. O prognóstico meteorológico é incerto; há semanas que se vem falando nele, e rajadas de mais de 200 quilômetros por hora fazem-se sentir. Como diz Rubiera, de um nível para o outro, o seu poder destruidor duplica-se.

É bem difícil acompanhar de perto e compreender as cifras fabulosas de dinheiro fresco injectadas na economia mundial. São grandes doses de papel moeda, que conduzem inevitavelmente à perda de valor e de poder aquisitivo.

O aumento dos preços é inevitável nas sociedades consumistas e desastroso para os países emergentes, tal como aponta Lula da Silva. Se o maior importador do mundo deixa de importar, prejudica os outros; se sai a concorrer, prejudica os demais produtores.

Os grandes bancos dos países desenvolvidos imitam e tentam coordenar com os dos Estados Unidos; se os deles vão à falência, os daqueles também, e devoram-se uns aos outros.

Os paraísos fiscais prosperam; os povos sofrem. É por acaso assim que se pode garantir o bem-estar da humanidade?


Fidel Castro Ruz
18 de Setembro de 2008

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