24/02/2008

CUBA

Vive-se hoje mais um importante dia nos destinos de Cuba com a eleição dos novos dirigentes políticos, nos quais irão recair as responsabilidades de conduzir o País nos próximos anos.

E desiludam-se aqueles que pensam em mudanças radicais ou aberturas ditas democráticas, pois o povo escolheu nas urnas e definiu de forma esmagadora o que queria para o futuro.

A Revolução, que entrou no seu 50.º aniversário, irá continuar porque o povo assim decidiu e porque existem homens e mulheres que independentemente do líder, sabem o que é preciso fazer para defenderem o País das agressões e das tentativas de anexação por parte do vizinho todo poderoso.

Em 4 de Junho de 2006, escrevia eu aqui nas “Crónicas” o seguinte:

“Ontem, dia 3 de Junho, o Comandante da Revolução Raul Castro cumpriu o seu 75.º aniversário, continuando a dedicar toda a sus vida à causa que abraçou desde muito jovem, colocando ao serviço da Revolução Cubana toda a sua inteligência, cultura e humanismo.
Há quem pense que Raul Castro é uma figura política “apagada” e que as responsabilidades que lhe têm sido atribuídas se devem a ser irmão de quem é. Puro engano! Raul Castro é uma das individualidades cubanas com mais competência, sendo um incansável trabalhador, metódico e sempre pronto a enfrentar e a resolver os problemas que surgem.
Ao longo da história cubana dos últimos 50 anos, Raul Castro esteve sempre na primeira linha do combate às desigualdades sociais, à educação, à saúde, etc. e se não se tem evidenciando mais, é porque a sua modéstia assim o impõe e porque também existe um outro homem que ele respeita e admira: o seu irmão Fidel.
Das muitas qualidades que possui destaco apenas a do seu sentido de justiça e da sua importante intervenção nos primeiros dias após o triunfo da Revolução, onde conseguiu conter os excessos que sempre existem, evitando muitos fuzilamentos de possíveis inocentes, julgados por tribunais populares e sem qualquer garantia de defesa, que eram sumariamente encostados ao “paredão” da Fortaleza “Morro Cabaña”.
Centenas de vidas foram salvas por ele e possivelmente alguns foram juntar-se à corja de Miami que conspirou e conspira contra Cuba, mas o que importa é a acção em si, porque a Revolução tinha e tem princípios e não foi feita para vinganças pessoais ou colectivas, mas sim para libertar todo um povo escravizado.
São episódios como este que poucos conhecem e que revelam bem o seu carácter e a sua personalidade, constituindo um dos principais pilares de toda uma ideologia e estrutura implantada no País desde 1959 e que continua a progredir e a consolidar-se.
Parabéns Comandante Raul Castro.”

Uma revolução só é possível se existirem revolucionários e Cuba pode orgulhar-se de ser o único país do mundo onde a teoria está de mãos dadas com a prática, pese embora todas as dificuldades por que tem passado.

Fidel não é imortal, tal como nenhum de nós, e mal seria se uma Revolução só pudesse subsistir assente numa única pessoa.

Nesta hora em que a liderança tem um novo protagonista, há que enaltecer a coragem e a lucidez de quem sabe retirar-se com toda a dignidade e de consciência tranquila, dando lugar a outros para continuarem a obra por ele idealizada e a que dedicou toda a sua vida.

Até sempre Comandante.


Celino Cunha Vieira

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