06/01/2008

PARABÉNS AOS POBREZINHOS

Li algures e concordo, que “queremos um País em que as políticas sociais não sejam apenas o refúgio de consciência de um modelo de desenvolvimento economicista e assente nas fórmulas mágicas da regulação pelo mercado, não sejam apenas o suporte assistencialista para políticas e práticas geradoras de exclusão, mas se assumam como forças motoras do desenvolvimento de Portugal e de todos os cidadãos”.

“Não podemos continuar a conviver sem sobressalto com os níveis de desemprego e pobreza com que o nosso País se confronta”.

“Sabemos que muitos dos nossos idosos não dispõem das condições materiais mínimas para uma vida digna”.

“O ponto de partida tem que resultar da consideração de que a pobreza e a exclusão assumem formas e expressões que estão muito para além do desprovimento material e afectam de forma diferenciadamente violenta grupos particulares da sociedade portuguesa”.

Deparei-me entretanto, há 3 dias, com o conteúdo de um comunicado do Ministério do socialista Vieira da Silva, em que, segundo ele, com os 6 euros mensais de aumento, está assegurada pelo segundo ano consecutivo a manutenção do poder de compra de 90 por cento dos pensionistas portugueses.

Diz ainda o comunicado: “algo que não se verificou em anos anteriores, quando, fruto das regras existentes, mais de 700 mil pensionistas viram o seu poder de compra diminuir”.

Até que enfim, os pobrezinhos já podem sorrir e saltar de contentamento com as decisões tomadas pelo governo socialista do senhor Sócrates, que lhes vai conceder mais 20 cêntimos diários para gastarem em bens supérfluos.

Aquilo que li e transcrevo no início é o que consta do Programa Eleitoral apresentado pelo senhor Sócrates em 2005 e que enganando descaradamente os eleitores, conseguiu uma maioria absoluta que lhe permite governar o país de forma ditatorial, deixando a léguas, Salazar e Caetano.

Quando existem bens essenciais (como por exemplo o pão, o leite e os medicamentos) com aumentos muito superiores ao da inflação, que eles (governo socialista e governador socialista do Banco de Portugal) dizem prever para 2008, é não terem vergonha nenhuma na cara ao afirmarem que o poder de compra se mantém.

Esta e outras pérolas a que já nos habituaram, com a conivência de uma comunicação social amordaçada porque rendida aos grandes interesses económicos, leva-nos a uma completa letargia e egoísmo, indiferentes aos dramas existentes dos nossos semelhantes.

Até quando vamos continuar calados e a suportar esta ditadura mascarada de democracia ?


Celino Cunha Vieira

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando o Menezes e Santana voltarem ao Governo.Não é?

9/1/08 1:44 da tarde  
Blogger Monte Cristo said...

Caro Celino

Como se vê pelo comentário do corajoso anónimo, o drama deste país é que fazemos disto - da política e dos seus intérpretes - um campeonato de futebol.

Os meus são sempre bons; os teus não prestam para nada. Mesmo que sejam iguais - e ambos péssimos.

Se hoje, após tantos Guterres, Barrosos, Santanas e Sócrates - sem esquecer o pai deles todos, o Dr. Soares - ainda não percebemos que o que está a qui em jogo não é um Benfica-Sporting, ou um PS-PSD, mas sim uma luta constante entre o poder do Capital (do grande capital, entenda-se) e a força de trabalho (trabalhadores braçais, intelectuais, e pequenos e médios empresários, p.e.), então não percebemos nada de nada.

Como esse anónimo acabou de provar.

Um grande abraço.

9/1/08 2:20 da tarde  
Blogger x said...

Caro Monte Cristo

Infelizmente aquilo que dizes é a pura realidade, porque de contrário certamente os protagonistas políticos seriam outros.

Aos "anonymous" da nossa praça só lhes interessa a manutenção deste estado de coisas, pois ora agora mando eu, ora agora mandas tu, para que tudo fique na mesma. E se entretanto puderem abichar qualquer coisinha, tanto melhor.

Conheço alguns que já saltaram de capoeira em capoeira, de acordo com o galo que está no poleiro.

Infelizes. Não querem ver que estão a prejudicar os avós, os pais e principalmente os filhos, que não terão qualquer futuro com estas políticas que nada provaram ao longo dos últimos 30 anos.

Mas, coitados, sabem lá o que é socialismo ou social democracia, porque na mente deles tudo se resume a um cartão partidário.

Felizmente que ainda há excepções em todos os quadrantes e pessoas que não se vergam aos poderes instituídos, sejam eles quais forem.

Espero que o assunto que vais tratar amanhã seja positivo e sabes que podes contar comigo para aquilo que necessitares, embora isso possa ser incompreensível para alguns vermes que não dão a cara.

Um grande abraço,

Celino

9/1/08 9:26 da tarde  

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