31/05/2007

REFLEXÕES III

A REUNIÃO DO G-8

Para os não informados – eu sou o primeiro – G-8 significa o grupo de países mais desenvolvidos, incluíndo a Rússia. A esperada reunião, que começa dentro de 6 dias, tem despertado grandes expectativas, dada a profunda crise política e económica que ameaça o mundo.

Deixemos que as notícias falem.

A agência alemã de notícias DPA informa que o ministro alemão de Transportes e Urbanismo, Wolfgang Tiefensee, declarou "que os países da União Europeia acordaram uma estratégia comum".

"Os ministros europeus de Urbanismo, reunidos na cidade oriental de Leipzig num conselho informal sob a divisa "Desenvolvimento urbano e coesão territorial", utilizarão uma estratégia comum para a protecção do meio ambiente e a detenção da mudança climática".

"Por exemplo – advertiu Tiefensee – no sul europeu poderia acontecer um aumento da temperatura de até seis graus no verão, enquanto que nas costas poderiam ocorrer fortes tormentas invernais".

"A seca que ameaça a Espanha e a escassez de água na Polónia são mais dois exemplos dos desafios perante os quais se confronta a União Europeia”, acrescentou o alemão, ao concluir o conselho.

A AFP, pela sua vez, comunica que "o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, considerou "muito difícil" que na próxima cúpula do G-8 se consiga sucesso sobre o problema do aquecimento climático em virtude da oposição dos Estados Unidos".

A Alemanha será o país anfitrião da cúpula que se realizará de 6 a 8 de Junho, em Heiligendamm, dos oito países mais industrializados do mundo.

“Embora nos Estados Unidos existam muitos que desejam outro tipo de política sobre o aquecimento climático, ‘infelizmente, o governo de Washington impede’ materializar esta postura”, segundo o ministro social-democrata alemão.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, lançará um ‘sinal forte’ sobre a necessidade de actuar urgentemente neste assunto; enquanto a administração estadunidense multiplicará os seus sinais de oposição.

A agência inglesa Reuters comunica: "Os Estados Unidos rejeitaram a proposta alemã para conseguirem que o Grupo dos Oito acorde restrições mais duras para as emissões de carbono que produzem o aquecimento global”, segundo uma minuta do comunicado que será apresentado na reunião.

Os Estados Unidos ainda têm sérias e fundamentadas preocupações sobre esta minuta de declaração, à qual a Reuters teve acesso.

"O tratamento da mudança climática é totalmente contra a nossa posição e cruza múltiplas "linhas vermelhas" em termos com os que simplesmente discordamos”, disseram os negociadores estadunidenses.
"Este documento é chamado de FINAL, mas nunca concordaremos com nada da linguagem climática utilizada no texto", acrescentaram.

A Alemanha quer um acordo visando conter o aumento das temperaturas, diminuir as emissões globais em 50 por cento em relação aos níveis de 1990 para o ano 2050 e incrementar a eficiência energética em 20 por cento até o ano 2020.

Washington rejeita todos esses objectivos.

Enquanto Blair declara que persuadirá o seu amigo George, o certo é que ele acrescentou mais outro submarino aos três que estão a ser construídos actualmente na Grã Bretanha, com o que a despesa em armas sofisticadas incrementará mais 2,5 biliões de dólares aos 2.500 biliões destinados a esta indústria. Talvez, uma pessoa com um dos novos programas de computação de Bill Gates pudesse calcular como os recursos gastos em meios bélicos têm privado a humanidade de educação, saúde e cultura.

George deve dizer o que na verdade pensa na reunião do G-8, incluído o tema dos perigos que ameaçam a paz e a alimentação dos seres humanos. Alguém deve perguntar-lhe.

Ele que não tente fugir à questão, assessorado pelo seu amigo Blair.


Fidel Castro Ruz
29 de Maio de 2007

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